segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Do Pensamento Criativo ao Pensamento Crítico

O mundo actual, máquina imensa de produção de dados e informação está a originar novos padrões que exigem uma abordagem diferenciada aos modos de produção criativa e aos mecanismos de gestão de pensamento crítico.
Não preparado para absorver e gerir enormes quantidades de dados, ao ser humano resta lançar mão da sua capacidade inventiva e, como sempre fez, desenvolver novas ferramentas.
Para o lado criativo observamos o aparecimento de geradores de ideias, ferramentas de inteligência artificial e "máquinas" de produção de pensamento divergente, e, do lado do raciocínio crítico começam a aparecer analisadores lexicais com capacidade de diagnóstico, reflexão crítica e geração de relatórios preliminares.
As fontes de dados vão desde o infinitamente pequeno (física de altas energias) ao infinitamente grande (astronomia) passando pela realidade em que já vivemos e onde o ambiente e o corpo humano, com "pacemakers" cardíacos, "pacemakers" cerebrais e a nova ciência cognitrónica (cognição + electrónica) são fontes de dados, prontos para fazer a sua integração nos sistemas económicos e financeiros da sociedade do conhecimento.
As ferramentas que estão a ser inventadas fruto do génio humano, não são somente físicas, incorporam cada vez mais funções programáveis (via software)  e que fazem com que os artefactos tecnológicos não sejam objectos strictu senso, mas interfaces capazes de, através deles, aportar novas funcionalidades aos objectos,sendo que, alguns adquirem mesmo funções base da inteligência, tais como, a análise, reflexão e produção de sentido crítico evolutivo.
O desenvolvimento das ciências da informação e da bioeconomia deve ser objecto de cuidados especiais, dado que a convergência de meios e práticas, possui de facto , um gene destrutivo de consequências não perspectiváveis.
Cuidados pois, são necessários na fronteira e na inter-ligação entre as tecnologias do software e as biotecnologias, onde para além da transliteracia necessária para a Criatividade, se impôe a necessária reflexão crítica reforçada na Bioética.
A Criatividade deve ter os limites de um Pensamento Crítico de natureza social e solidária, antes mesmo do transumanismo se assumir como prática desligada da correspondente evolução humana, muito antes de ser humanóide. De facto, o homem biónico não é uma fatalidade, se, ao pensamento criativo, se associar um pensamento crítico de natureza humanista.

Nota : Para saber mais ...  Pensamento Crítico (Critical Thinking) ...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A Criatividade e o Software na base de uma Nova Engenharia para o século XXI !


A Engenharia enquanto domínio de conhecimento, desmultiplicou-se nos últimos 50 anos em um conjunto alargado de especialidades, e todas elas com maior ou menor grau, contribuiram para o extraordinário processo de transformação da sociedade industrial para a sociedade do conhecimento.
Em termos fundamentais o campo da Engenharia é constituída por três componentes :  1) um corpo teórico de conhecimentos, 2) um conjunto de práticas ( e processos normalizados)  3) análise e valor económico (retorno). Estas três componentes, que durante a era industrial funcionaram quase na perfeição, estão no entanto agora postas em causa, sobretudo nos métodos e processos de engenharia em face da revolução das tecnologias da informação e da comunicação.
Na verdade,  não há projecto de ponte sem uso de computador, não há cálculos sobre barragens e energias sem o correspondente software de modelização, análise e suporte à decisão, não há manutenção a sério sem métodos e processos automáticos e semi-automáticos de captação de dados e criação de dashboards de controlo e coordenação para a acção, seja preventiva ou correctiva, não existe verdadeira monitorização de equipas de trabalho colaborativo sem Medição e Retorno sobre o Investimento, em suma Não Há Nova Engenharia … sem Software.
O Software, que é uma disciplina com menos de 50 anos (*) de Aplicação Industrial é hoje uma componente fundamental de qualquer processo ou produto com valor de mercado e com grande potencial de Exportação não só de Recursos mas também de Produtos e Serviços de Suporte.
O Hardware (maquinaria) aporta performance, mas toda a funcionalidade está na capacidade de design, desenvolvimento e implementação do software. Fazer Software para produtos de engenharia é como colocar Inteligência Integrada (Embutida) nos processos e produtos ou artefactos do século XXI, sejam máquinas de lavar roupa e louça, televisões, frigoríficos, pontes (com sensores de fibra óptica), telemóveis, edifícios inteligentes, veículos (chip com rodas !), redes inteligentes de energia, tudo e todas as áreas vão buscar a inteligência ao software que corre por dentro das máquinas, obviamente fruto da imaginação e capacidade de todas as Disciplinas do Conhecimento com o necessário suporte da Engenharia.
Uma boa parte da Nova Engenharia do século XXI passará inevitavelmente pelo domínio do Ciclo de Vida do Software que vai desde a concepção, design, implementação, controlo e manutenção, sempre com Criatividade e Inovação aportada pelo Engenheiro, independentemente da especialidade, mas com essa componente intangível de programação de software, e que é o grande Transformador de Inteligência para dentro dos Novos Processos e dos Novos Produtos da Sociedade da Informação e Conhecimento.

(*) – O termo Software foi cunhado numa reunião da NATO em 1968.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Excesso de Informação ou um Novo Alfabeto ?


Para quem aprendeu a escrever e interpretar em papel, o processo de adaptação aos novos media exige alguma capacidade de combate !
Nas últimas duas décadas, a transformação do "papel-átomos" em "informação-bits", tem vindo a alterar os esquemas de raciocínio e a consequente forma de comunicar com eficácia, sobretudo para os imigrantes digitais.
Sabe-se das neurociênciências que a linguagem e a forma como nos expressamos interferem fortemente na forma como interactivamente elaboramos e produzimos decisões, dai a importância da re-aprendizagem de novos conceitos em ambientes de informação e conhecimento intensivo.
Nada como criar um ambiente propício a um recomeço. As ferramentas de análise, tratamento e distribuição da informação são como que um novo alfabeto, que temos necessidade de dominar para melhor perceber o novo mundo e a nova sociedade da informação e do conhecimento.

Nota 1 - Alguns termos do Novo Alfabeto são o Google Alert, Google Reader, Netvibes,Scoop.It,Twitter, Facebook, Google +, Storify, Livebinder, Backupify ...

Nota 2 : Este é contudo uma espécie de "alfabeto chinês" em que os caracteres significam e possuem várias interpretações , em função dos diferentes contextos de aplicação.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Futurismo - Palpites ou Ferramenta de Acção ?


O futurismo, e o exercício da actividade futurista (que não tem nada a ver com bolas de cristal), praticamente não existe em Portugal.
Fortemente marcados pelo mito do «desenrascanço», não desenvolvemos capacidades de planeamento e prospectiva pelo que andaremos quase sempre sem um rumo certo, ou mesmo fracamente definido.
Adoptantes Iniciais dos artefactos tecnológicos do mundo moderno preferimos comprar e usar em vez de produzir e utilizar com o sentido estratégico de reforço da folha de salário, e,  também neste particular, se nota alguma incapacidade para reconhecer o novo ou o "emergente" como uma oportunidade a explorar, pese embora, honrosas excepções que vão aparecendo através das Incubadores de Base Tecnológica.
Mas a que propósito deveríamos tentar prever e planear o futuro ?
Os anglo-saxónicos, mais pragmáticos respondem assim : "There is a higher probability that things will accidentally go wrong than that they will accidentally go right" (Existe uma probabilidade mais elevada de que as coisas acidentalmente corram mal, do que acidentalmente, corram bem ! ), ou ainda : "By definition, No Plan = No Control" (Sem Plano = Sem Controlo).
O mundo actual, marcado por dinâmicas de tempo real introduz um elevado grau de incerteza é certo, mas mais sobre as coisas dia a dia, porque as grandes questões dos valores e atitudes têm uma inércia mais lenta e, sobre essas, é possível actuar em todas as instâncias da vida em sociedade, começando naturalmente pela Escola.

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domingo, 17 de abril de 2011

Produção Inteligente de Energia


As sociedades mais inteligentes do século XXI, podem muito bem ser aquelas que melhor geram e utilizam a energia. Desde meados do século XX, a denominação de Países em Vias de Desenvolvimento e Países Desenvolvidos, é directamente influenciada pelos consumos energéticos. Ora  a Sociedade da Informação e do Conhecimento em que já vivemos é também, e cada vez mais energético-dependente, pelo que este assunto da produção de energia é da maior importância, acrescida ainda pelos factores de risco agora reconhecidos ,e a desconfiança entretanto gerada pela promissora energia nuclear , após o desastre de Fukushima .
Como se pode verificar no gráfico, as perdas de energia na geração, transmissão e distribuição podem atingir 55,1%  !!!, assim conclui-se que mais de metade do esforço de produção de energia não tem valor útil … O que é que este facto nos permite reflectir ? Bom, que se for tomada uma opção política pela geração de energia próximo dos consumidores, então vamos pelo menos aproveitar a energia de transmissão e distribuição que de outra forma se perde.
Acresce que uma  produção inteligente de energia junto dos pontos de consumo, para além da optimização do balanço energético ainda  cria uma componente de emprego, os locais ficam mais competitivos e o crescimento é quase natural.

Nota : Sim, a UE tem o programa 20x20x20 e é bem capaz de vir impor quotas, mas neste particular, alguém tem de dizer que já se arrancou olival o quanto basta …